quinta-feira, 19 de abril de 2012

Navego por aí em mim...

Navego por aí em mim...

Pelo Rio correm suavemente
cores, as cores do Mar
o Céu pintado, dividido
metade cinzento nublado
metade azul celeste
e tudo tão calmo
diria mesmo demasiado calmo
tão calmo que enerva
como espelho que se partiu
ao meu reflexo..
e no refluxo parti
de mim, de ti, do Mundo
e quando regressei ?
estavas numa tempestade
ou mesmo no meio da tormenta
as gaivotas como pinceladas
gravitam em Terra, em círculos
os barcos como doidos
parecem desenhados em papel
espuma, espumas de branco
meu aMar...

José Apolónia  19/04/2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

AS NUVENS TAMBÉM CHORAM...

AS NUVENS TAMBÉM CHORAM...

Gosto de estar no meu canto
em silêncio
de observar os peixes que saltam
pelo Rio
tainhas prateadas que brilham ao Sol
sabes?
saltam sempre três vezes
por vezes cinco e dizem os antigos
sinal que o tempo vai mudar
sinais do tempo...

Gosto de estar no meu canto
de observar as nuvens
em silêncio
desenhar um esboço do teu corpo
mas apenas os contornos
o sorriso, esse tenho-o em mim
como fogo que arde ao lusco fusco
consumindo-se
consumindo todas as nuvens
sobrando apenas, nada...

José Apolónia 12/04/12

terça-feira, 10 de abril de 2012

A LUA SERÁ NOSSA...

Um coração saltitando
desenfreado
por um vale dilapidado
de arvoredo...
serpenteia-se um rio
de lava mal contida
num corpo ardente
clamando à Lua cheia
uivando mesmo
qual loba no cio
de olhos brilhantes
devoradores, de fome
de lua, de luas
inquietas as mãos,
do corpo da mulher
alimentam o fogo latente
no sorriso nervoso
de quem espera ao luar
um sinal, uma ilusão
e a Lua ali tão cheia
e ela prestes a explodir
mas espera, espera...
se esperares trinta minutos
a Lua será nossa, só nossa.

José Apolónia  10/04/12