quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DESEJO...

DESEJO...

Meu MAR
guardo-te em mim
no côncavo das mãos
em forma de concha
e nos dias que me fico
pelo Rio, espelho
de todas as almas
inquietas ou não
escuto tuas melodias
e sossego...

J.A.  2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A CAMINHAR...

A CAMINHAR...

É verdade vi-te
e percebi
quão bonito é o teu andar
mas mais, percebi
a tristeza do teu pisar
altivo
o teu sorriso de sereia
chora
percebi que quando sorris
choras
vertes lágrimas disfarçadas
na espuma que semeias
pelas pedras calcetadas
nas mãos dos homens
que amas e desprezas
e quando te banhas de Sol
não és tu sou EU
em preces aos Deuses
para
que não me privem de te aMAR

E se tudo não fosse uma ilusão
se tudo não fosse minha imaginação
nas noites que não adormecem
caminharia em ti
até à exaustão da tua perceção
ai, seríamos um só sorriso
aMAR...

José Apolónia  18/10/12

terça-feira, 16 de outubro de 2012

EVASÕES DE aMAR...

EVASÕES DE aMAR...

Soltam-se os acordes
das linhas rectas
paralelas
apenas soltos se encontram
livres das cordas
libertos pelos dedos
que dedilham a guitarra

No vento se divertem
no vento correm Mundos
de fantasias mútuas
pelo corpo dos pássaros
que atravessam os Mares
levam a sinfonia
de quem já conheceu
o que é o Amor

As sementes cruas
despontam pela Primavera
pela mão do pintor
correm todas as tintas
mas apenas ele
conhece as tonalidades
que pincelam o Amor

O papel em branco
que enfrenta o poeta
armado de uma simples
vontade de gravar em letras
os sons, as gravuras do Amor,
sentir sublime,..
chora, ri e agradece
a palavra AMOR o sabor
aMAR

José Apolónia  16/10/12








quinta-feira, 11 de outubro de 2012

LINHAS D"ÁGUA...

LINHAS D"ÁGUA...

Uma linha de águas cristalinas
floresce por meus olhos
não é tristeza nem alegria
apenas água que escorre
para que a sede de ti
não floresça em mim.
Um malmequer floriu
entre as pedras e sentei-me,
por momentos, instantes
senti que nos observávamos
seres tão distantes, dispares,
segui o meu caminho
não levava catanas
nem desbravava florestas
apenas seguia o curso d"água
que aos poucos encorpava
e sempre que a sede apertava
bebia-te e sentia-me mais perto
da força, da tua imensidão
quando abri os olhos, vi-te
e exclamei,que lago é este!
um ancião ali sentado, falou
não é um lago é a foz
estuário de um rio, o Tejo
é Pai e Mãe de todos nós
sentei-me a seu lado, mudo
ainda hoje por lá estou...

José Apolónia  11/10/12







terça-feira, 9 de outubro de 2012

CREPUSCULAR ...

CREPUSCULAR ...

O dia amanheceu
cinza sua cor
pelo Rio um espelho
d´agua,
onde gaivotas pairam,
quietude,
de todas as coisas
que permanecem em ti
barcos que não navegam
no silêncio das velas,
o Sol desce em mim
um pouco antes
do tempo, que chorou
sem lágrimas de agua
apenas a cacimba
cacimbou
o brilho nos olhos, Sol
de quem já te amou
neste meu Rio, teu
teu Rio em quietude ...
uma brisa que entra
devagar, morna
à tona tudo altera
aquece, enerva
e na alma?
apenas Rio, ... ou choro
pelo Rio.

José Apolónia 09/10/12


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

TRAGO-TE EM MIM ...

Trago-te em mim
num pensamento assim

você é doce, é doce em mim
favo de mel, rebuçado
que degusto extasiado

você é Mar é maresia
é brisa fresca que sopra
por meu corpo, me arrepia

você é labirinto sinuoso
é corpo de Mar, ondulado
por onde navego descuidado

você é
Mar, lua, luar
estrela que alumia
pela noite, até se fazer dia

e

Sonho acordado ter-te a meu lado
um pensamento alado, em mim

José Apolónia  05/10/2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O pensamento navega por tão distintos Mares, sem fazer viagem alguma, como se preso ao cabo de uma ancora, e o destino fosses tu ...

J.A. 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

É assim o meu MAR ...

É assim o meu MAR...

Imenso
por onde navego
meus sentimentos

Profundo
por onde afogo
minhas mágoas

Revolto
por onde emerge
minha adrenalina

Generoso
por onde lavo
minha alma

Em sua tempestade lavei minhas mãos
purifiquei a alma e me recriei...

José Apolónia  02/10/12




Por vezes é necessário jogar tudo na turbulência do fogo, esperar por uma enxurrada e depois nas cinzas ainda húmidas voltar a plantar...

J.A. 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

REBENTOS DE ALMA...

REBENTOS DE ALMA...

Fora eu a espuma do Mar
vasto lençol branco em ti
e tu a areia da praia
num longo beijo salgado

teu corpo, areia ávida
de meu corpo, espuma alva
que se entranha em ti
nossos corpos, um só corpo

em cada rebentação de Mar
viveríamos o eterno abraço
do amor
na melodia dos sons marinhos

José Apolónia  01/10/12