quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

SORRISO AO MADRUGAR

Gostava...
de me dedilhar
em versos
palavras, desenhadas
talvez até palradas
ou numa tela
ouvir-me, sentir-me
mais...
Um pouco mais
Eu !
nascer, explosão
ou, morrer a amar
o desabrochar
da flor,
do dia a despontar
do sorriso ao madrugar
mas a verdade, a verdade
é que morro ao viver
as palavras...

Escuta... as palavras
naufragadas no Mar
que sereno está
ao luar, este luar...

José Apolónia      22/12/11


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Assim estou...

Fechado entre quatro paredes e tu por aí...

E tenho em mim...

o Sol,
...meus rebentos
o Rio,
...meu leito
o Mar,
...minha perdição
a Asa,
...minha ilusão
a Pintura,
...minha abstracção
a Escrita,
...minha confissão
o Caminho,
... sempre o meu
o Amor,
...uma tentação

E Tu por aí , algures no firmamento...


José Apolónia   15/12/11




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sentado de Pai Natal



Sentado de Pai Natal de olhos rasos no chão

É noite e o frio desce à cidade
engalanada por luzes mil
de seres dormentes no chão
em suas casas itinerantes de papelão

É Natal...de olhos rasos no chão
ouço histórias ricas de vidas perdidas
incrédulo não consigo rir nem chorar
nos sorrisos desses olhos sempre a brilhar

De olhos rasos no chão, vejo Pais e Filhos, de alguém
perdidos de mendigos...
Na noite que vai longa e as pernas da alma destroçadas
neste frio agora acompanhado pelas lágrimas do céu.

O regresso ao lar num silêncio gélido de arrepiar
muito mais poderia aqui narrar sem encantar
mas...
Hoje é Natal e não consigo parar uma só lágrima


José Apolónia   14/12/11

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Isto Sou Eu...

Sou um simples adeus,
uma folha ao vento

O respingar da rebentação,
o vento que passa.
A água que se te escapa,
quando me bebes à mão

Sou o fogo que te consome,
na memória, no coração

Sou a estrela que te dá o rumo,
o pirilampo que te alumia
na noite escura e sombria

Sou tudo, não sendo nada
tronco do desespero que agarras
quando tendes tudo, é nada

Sou árvore de Outono, Diospireiro
despido de roupagem, nu de tudo
menos do fruto, do amor da cor

Sou Árvore, sou Diospireiro, sou Eu...

José Apolónia   14/12/11






segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Assim estou...
Como acordes arrancados à força de um violino.

Gostava de me guardar em mim
recolher-me como vela sem vento
colocar o Eu na tela do abstracto...

Mas ousaste...

Tocar as cordas estáticas, tensas
pintar os acústicos desta alma
vibrar neste corpo com palavras mil...

As estrelas ainda brilham no firmamento, mas é noite.

José Apolónia  12/12/11




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Assim estou…
Como gota de orvalho em folha pintada de Outono.

Oscilo na dúvida.

De me evaporar
Num raio de luz
Desaparecer…
Ou
Despenhar-me
No abismo
Alimentar as tuas raízes…

José Apolónia      09/12/11

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Em meus olhos nasceu um Oceano, Em queda pelas íngremes escarpas, Encontrou na forma serena de um lago, A paz do amor.

J.A.  2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DISTANCIA COLORIDA

DISTANCIA COLORIDA

Beijo-te no sonho de rosa vestido
E dispo-me da saudade (que) sem ti
nesta distancia curta que nos separa
pinto com meus próprios dedos
um caminho, uma estrada, uma ponte
cubro a distancia das cores do arco-íris
e espero-te  no fim, junto ao riacho...

Minha amiga Kha Tembe escreveu
" A distancia é um bichinho de colorir"

Sem duvida a distancia é um bichinho
que se cobre, de lápis de colorir
que se a negro nos corrói, de dor
mas se a cores, nos sorri na alma
e nos transforma em arco-íris
para que no fim, nos encontremos
entre as cores da rosa e do bem-me-quer
e assim nos possamos amar (e) por amor
adormecer no sonho de rosa vestido...


José Apolónia   06/12/2011



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

EU, EU MORRI…


 EU, EU MORRI…

Morri no mundo das pedras
Morri no meio do nada, só
Num sitio recôndito, de calhaus
Que como Eu aí jazem, imóveis
E…
Esperam ser esculpidos no tempo
E assim voltar a viver, renascer…
Em cada pedacinho de espuma
Pedacinhos, de Amor meu
Que se libertam do Mar bravio
Em rebentações violentas, espasmos
E te tocam pelos longos areais
Como beijos de sonho num sonho
Renasci…
Na primavera, em todas as primaveras
Quando as flores silvestres despertam
E esticam suavemente seus braços de pétalas
E me deixam escapar como essência, elixir
Do Amor com que te toco e ao Mundo
Suas pedras acordo, dou vida com Amor
Morri, é verdade, mas renasci na essência
Das coisas mais ínfimas e simples (mente)
Sorrio e sou o sorriso ingénuo da criança
Que em todos nós vive,

José Apolónia    01/12/11 


Assim estou...


Como tinta que nos escorre dos sentimentos profundos da alma,
tintando o papel alvo das cores sofridas no relevo das palavras






J.A.   2011