NAS BERLENGAS
Ficava aqui eternamente, não em silêncio
Aqui não há silêncio, consigo ouvir os meus passos
Nos trilhos já muito calcados, consigo ouvir
Por entre o rugir do mar, o grasnar das gaivotas
Aos milhares, consigo ouvir o piar de suas crias
Gostava de te ter comigo aqui, de silenciar
O mar as gaivotas, tapar os olhos às suas crias
E à noite uivar à lua ou mesmo às estrelas
E te escutar por entre os silêncios, da noite
Que nos unem e separam como marés entrepostas
Gostava de te ter aqui, de parar o tempo
Que as gaivotas e o mar que aqui reinam se silenciassem
Como eu, quando em êxtase me pronuncias, devoras
Que em silêncio tapassem, com suas asas
Os olhos de suas crias
Gostava de parar o tempo de o rachar.
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