terça-feira, 19 de novembro de 2013

MEU MAR ...

MEU MAR...


De cada vez que abro o livro
aquele livro castanho escuro
com as folhas amarelecidas
por camadas de pó, do tempo
e procuro por entre as folhas
sinónimos da luz, que irradias
da força, que em ti transportas
da raiva, com que te despenhas
da delicadeza, com que te elevas
do doce perfume a sal, que exalas...
E nada, nada encontro igual
nada encontro que te retrate
que te descreva na essência.
Fecho o livro e caminho, caminho
por areias douradas que te bordejam
os olhos sempre fixos em ti, fixos
as pernas tendem a quebrar, o horizonte
ali mesmo, ao alcance do olhar
sento todo o corpo, cansado de esperar
e uma vontade enorme de ti, te comer
saborear, te degustar, saber a mar...


José Apolónia   19/11/13

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