quinta-feira, 19 de maio de 2011

A vida

A vida

Desço os degraus que em mim existem
Quero o silêncio, aquele silêncio
Que se instala e adivinha a alvorada
Aquele momento efémero
Em que parece, nada existe
E assim permanecer, à espera
Num silêncio que precede
Os primeiros raios de sol
Que na sua doçura me tocam e despertam
Os primeiros sons, do dia que nasce
Escuto…
A semente que rasga a terra, que grita
Um grito mudo que adivinha vida
A primeira brisa no acordar das árvores
Num murmurar suave, das folhas que se agitam
O bater das asas da borboleta que pousa
Na flor que acorda e suas pétalas espreguiça
Os primeiros cantos das aves que passam
A lágrima que cai por orvalho formada
Neste cálice de vida que por estar cheio
Transborda… Vida
Que quero beber
Desta vida por mim antes não entendida
Agora, neste cálice, quero viver

Jose Apolonia   19/05/11

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