segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pássaros de Outono


Pássaros  de  Outono

As pontas dos cabos sem nó
Agitam-se ao sabor da leve brisa
A agitação ainda contida, observo
O nascer deste dia de Outono
As folhas, essas teimam, permanecem
 Em suas casas dançam como vagas, suaves
 As emoções fluem, como se de nascente
O brilho de todas as estrelas em ti, florisse
Como se flor fosses, embrutecida de desejo
Tocas a mais bela melodia ao nascer, o azul
Em ambas as margens deste Rio, emudeces
As palavras dançam, escorrem sob dedos 
Os cabos agora caçados vivem sob tenção
As velas cheias, enfunadas. O barco navega
O rumo?
Tua melodia que escuto nas águas trémulas
Que se afastam, rasgadas pela quilha incisiva
Ao leme, beija-me o vento a brisa que me leva
Devagar, pela vida como uma carícia no caminho
Tuas palavras vão e vêm como marés vivas
Em mim, o leme da vida, o leme do barco o rumo
Será sempre o dos pássaros que voam e navegam…

Jose Apolonia  31/10/11

1 comentário:

  1. Nas Asas do Sonho

    eu e tu na orla azul do sonho
    corpo cinzelado em jade verdadeiro
    e o verniz da madrugada sério
    abriu-se na corola do teu beijo

    e solto um cavalo preto veio
    clarão de poesia na colcha alva
    sedução e clamorosas gargalhadas
    uma esmeralda ardendo no deserto
    a noite embriagada de palavras

    o teu olhar cativo no meu peito
    seios sedutores como sementes
    nas ancas aladas do meu corpo
    teus dedos pássaros loucos
    tuas mãos adamastores do medo,

    eu a enseda, tu o azul desfeito
    teus lábios em lua no meu ventre
    quando a noite se vestiu de negro
    e intensa se abriu ao teu desejo

    e no momento azul do beijo
    um pássaro voou das tuas mãos
    e pousou cego em minhas mágoas
    espalhando as flores, as tranças,
    as rebeldes madrugadas
    estas horas sublimes de palavras
    a pétala da saudade assim esmagada
    em nosso leito de azul e nada

    cálices breves estes do sonho
    poções de ti na noite amordaçada
    quando a alma ainda plana entre
    a sonolência e a doce luz da alvorada
    enquanto de sonho se embriaga
    e da rota da dor perdeu a estrada

    sentada no poente ainda te espero
    pinto a azul o sonho e azul o quero e,
    para florir teu rosto e celebrar teu cheiro,
    nas asas do sonho busco o teu veleiro

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