quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Historias por pintar


Historias por pintar

Gostava de contigo escrever uma melodia
 De palavras pintadas em que as aves marinhas
Cantassem os sons da escrita e os peixes
Os peixes pássaros no seu voo dançassem
Nas asas deste sonho alado, e os outros
Os peixes sem asas chapinhassem o ritmo
Das nossas palavras enleadas pela noite
É noite e…
Dobras-te sobre ti nesta noite escura
O Céu e tu, meu Mar, pintados de escuro
Pintados como um só de um azul negro
Não vislumbro a linha, o horizonte o corte
Pequenas luzes brilham em ti, Mar e
Pequenas luzes brilham em ti, Céu
E apenas as tuas cristas brancas, revoltas
Dão profundidade à tua verdadeira imensidão
Onde por vezes me perco no olhar no sentir
E quando regresso sempre trago historias tuas
Minhas e nunca sei se sou tu ou tu és eu, meu Mar

Jose Apolonia   02/11/11

1 comentário:

  1. Hoje as manhãs são como os vidros,
    não reflectem todas as formas,
    dos móveis dispostos no olhar,
    mesmo que as cadeiras nos esperem,
    moldando os corpos para ficar,
    no balanço aleatório das marés.
    Há lugares vazios nos canapés,
    e esta dor deixou um trilho,
    escavado nas margens do olhar
    que hoje me vês.

    Moro na intermitência de um farol,
    desabitado, desde que te vi,
    acendo e apago o sonho,
    conforme a navegação do teu olhar.
    Os vidros reflectem sombras,
    se contam histórias de naufrágios,
    a passagem de anjos e demónios,
    nos navios por afundar.
    Mas no silêncio cintilante,
    há murmúrios,
    que deves saber ouvir;
    Dizem-te os sulcos que as mãos
    escavam no destino,
    para que a voz se cubra de tinta fresca,
    e as paredes ganhem luz como antes,
    nas manhãs que irrompiam pelo olhar,
    de súbito,
    sem se esperar.

    ResponderEliminar