quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

ESTREMECES...

Os dedos correm, formam nós em nós
percorrem devagar,  muito devagar
todo esse corpo que carregas ao sorrir
queres que pare, queres muito que pare
ou não, pelo tremor diria que não
como maré que encheu tens de gritar
a vazante para apenas tornar à enchente
os corpos crepitam sob ondas de calor
entre gritos e gemidos o sol esvai-se
e pela penumbra que se instala
os braços entrelaçados sem dó
clamam pela chama da noite
os dedos das mãos de todas as mãos
procuram a vida no fervilhar do vulcão
a grade que canta, canta e encanta
teus olhos por onde brotam canções
que navego de velas desfraldadas
ao vento que não sendo de norte
que não sendo de sul
é apenas o vento que sopra
sem sentido, do nosso aMAR ...


Jose Apolonia 2014

1 comentário:

  1. É bom sentir os dedos de afeto prenchidos...
    Gostei imenso, amigo. Parabéns
    (Ao tempo que não vinha aqui, mas vou-te lendo...)
    Bjo :)

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