domingo, 23 de outubro de 2011

DIZ-ME…


DIZ-ME…

Diz-me, diz-me tu 
que te escondes nas palavras
como poderia ser o que não é
ou como sem sentido o houvesse
uma sombra na escuridão
tudo tem uma ilusão uma asa
e em principio um fim
a entoação essa coisa, melodia
que nos eleva e transporta
por vezes parados andamos
mas é raro de tão raro paramos
digo-te o que já muito disse
palavras são palavras só palavras
só palavras, só palavras, só palavras
mas...
sabes porque vou ao jardim?
sabes porque me perco no Mar?
sabes porque gosto de navegar?
sabes porque me sento e olho o Rio?
sabes porque ele esta sempre lá?
sabes que o cristal puro é negro?
sabes que a luz é nossa?
sabes que tudo é certo ou errado?
sabes no fundo o que te quero é simples
a primavera existe em todas as estações
e em todas, em todas em que parares
repara têm luz, rima e arrepia sempre
sendo ou não poema arrepia a pele
o chiar das rodas quando param as estações

José Apolónia 23/10/11

1 comentário:

  1. Porque há poetas sem pátria ,
    E sem palavras...
    Poetas feridos de amor como espadas,
    Que se escrevem nas metáforas,
    E regam de dor e imolam de renúncia,
    Os momentos em que ardem de saudade.

    Porque os poemas amanhecem sem sal,
    E as palavras rasgam a nudez da terra.
    Porque em sete segundos apenas,
    O meu pensamento erra,
    E se une a ti,
    Em orlas de silêncio e espera!

    Delusa

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