quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OS CAMINHOS QUE PERCORRO


OS CAMINHOS QUE PERCORRO

Os caminhos, os caminhos que percorro
 Na ânsia de te encontrar, de me encontrar
Contigo que não conheço que andas por aí
Comigo em pensamentos pela noite pelo dia
Tenho arrepios, os pelos eriçados e és tu
Que não conheço que mergulhas em mim
Como as luzes à noite mergulham no rio
Sabes que o rio à noite se veste de negro?
Que eu quando pequeno à noite tinha medo?
Agora à noite visto-me de negro como o Rio
Visto-me com a noite as cores do Rio, de negro
E sentado com ela por companhia observo, o Rio
As cores vivas da cidade perpetuam-se verticalmente
Formam caminhos verticais, coloridos, de sonho
Penso a cidade colorida, submersa no Rio de negro
Na procura da verticalidade pelas águas do Rio, sonho
E penso-te no fim de um desses caminhos coloridos
 Verticais, de sonho, que percorro um a um 
Na ânsia de te encontrar, de me encontrar contigo  
Acordo pelo Rio, o Sol num longo beijo à noite
As luzes recolhem à cidade que agora desperta
Lentamente o burburinho o rebuliço a azáfama
Instalam-se pela cidade como nós, desencontrados

José Apolonia   20/10/11

2 comentários:

  1. Não sei se é poema,
    Mas sei que se escreve na pele,
    Não será poema,
    Mas tem a tua voz,
    Essa inflexão suave de astro louco,
    Com os teus olhos caminheiros,
    Acesos na maré dos sonhos.
    As palavras serão intermitentes,
    Como farol sereno que me leva
    A navegar nas águas doces,
    Na entoação do teu nome,
    Como se palavra fosses.

    Diz-me,
    Como poderia ter rima,
    Se não tivesse luz,
    O cristal puro das estrelas,
    Espada que reluz na escuridão,
    E fere, e mata, e luta, e espanta,
    Estas sombras que cobrem as palavras.

    Saber-te é semear a Primavera,
    Nos lugares onde o escuro nos encerra,
    E soltar todas as aves cativas,
    Todas as serpentes da dúvida.
    Para criar novos ninhos,
    Na cumplicidade única,
    Dos nossos secretos caminhos.

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  2. Diz-me, diz-me tu
    que te escondes nas palavras
    como poderia ser o que não é
    ou como sem sentido o houvesse
    uma sombra na escuridão
    tudo tem uma ilusão uma asa
    e em principio um fim
    a entoação essa coisa, melodia
    que nos eleva e transporta
    por vezes parados andamos
    mas é raro de tão raro paramos
    digo-te o que já muito disse
    palavras são palavras só palavras
    só palavras, só palavras, só palavras
    mas...
    sabes porque vou ao jardim ?
    sabes porque me perco no Mar?
    sabes porque gosto de navegar?
    sabes porque me sento e olho o Rio?
    sabes porque ele esta sempre lá ?
    sabes que o cristal puro é negro?
    sabes que a luz é nossa?
    sabes que tudo é certo ou errado?
    sabes no fundo o que te quero é simples
    a primavera existe em todas as estações
    e em todas, em todas em que parares
    repara têm luz, rima e arrepia sempre
    sendo ou não poema arrepia a pele
    o chiar das rodas quando param as estações

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