OS CAMINHOS QUE PERCORRO
Os caminhos, os caminhos que percorro
Na ânsia de te
encontrar, de me encontrar
Contigo que não conheço que andas por aí
Comigo em pensamentos pela noite pelo dia
Tenho arrepios, os pelos eriçados e és tu
Que não conheço que mergulhas em mim
Como as luzes à noite mergulham no rio
Sabes que o rio à noite se veste de negro?
Que eu quando pequeno à noite tinha medo?
Agora à noite visto-me de negro como o Rio
Visto-me com a noite as cores do Rio, de negro
E sentado com ela por companhia observo, o Rio
As cores vivas da cidade perpetuam-se verticalmente
Formam caminhos verticais, coloridos, de sonho
Penso a cidade colorida, submersa no Rio de negro
Na procura da verticalidade pelas águas do Rio, sonho
E penso-te no fim de um desses caminhos coloridos
Verticais, de sonho, que
percorro um a um
Na ânsia de te encontrar, de me encontrar contigo
Acordo pelo Rio, o Sol num longo beijo à noite
As luzes recolhem à cidade que agora desperta
Lentamente o burburinho o rebuliço a azáfama
Instalam-se pela cidade como nós, desencontrados
José Apolonia
20/10/11
Não sei se é poema,
ResponderEliminarMas sei que se escreve na pele,
Não será poema,
Mas tem a tua voz,
Essa inflexão suave de astro louco,
Com os teus olhos caminheiros,
Acesos na maré dos sonhos.
As palavras serão intermitentes,
Como farol sereno que me leva
A navegar nas águas doces,
Na entoação do teu nome,
Como se palavra fosses.
Diz-me,
Como poderia ter rima,
Se não tivesse luz,
O cristal puro das estrelas,
Espada que reluz na escuridão,
E fere, e mata, e luta, e espanta,
Estas sombras que cobrem as palavras.
Saber-te é semear a Primavera,
Nos lugares onde o escuro nos encerra,
E soltar todas as aves cativas,
Todas as serpentes da dúvida.
Para criar novos ninhos,
Na cumplicidade única,
Dos nossos secretos caminhos.
Diz-me, diz-me tu
ResponderEliminarque te escondes nas palavras
como poderia ser o que não é
ou como sem sentido o houvesse
uma sombra na escuridão
tudo tem uma ilusão uma asa
e em principio um fim
a entoação essa coisa, melodia
que nos eleva e transporta
por vezes parados andamos
mas é raro de tão raro paramos
digo-te o que já muito disse
palavras são palavras só palavras
só palavras, só palavras, só palavras
mas...
sabes porque vou ao jardim ?
sabes porque me perco no Mar?
sabes porque gosto de navegar?
sabes porque me sento e olho o Rio?
sabes porque ele esta sempre lá ?
sabes que o cristal puro é negro?
sabes que a luz é nossa?
sabes que tudo é certo ou errado?
sabes no fundo o que te quero é simples
a primavera existe em todas as estações
e em todas, em todas em que parares
repara têm luz, rima e arrepia sempre
sendo ou não poema arrepia a pele
o chiar das rodas quando param as estações